quarta-feira, 27 de maio de 2015

BALÕES BRANCOS À MENINA DOS OLHOS DOS MEUS MENINOS


Houve um tempo em que tudo era mais descomplicado. Tanto que por vezes esqueci que a história de nossas vidas não era um livro, nem uma crônica. Mas, apenas, a vida. Por vezes esqueci que os balões brancos marcavam o céu apenas como símbolos de comemorações, mas, também, como busca pela paz e para celebrar momentos únicos aos que merecem ser jamais esquecidos. Em outros momentos preparei quitutes para eternizar datas considerando que aqueles, além de outros, iriam se perpetuar por décadas..... 
Hoje lembro que apenas fazemos parte da história que fazemos e vivemos no momento: nesta semana, no ontem e neste instante.
Então, À MENINA DOS OLHOS DOS MEUS MENINOS,

neste dia - e em todo o amanhecer  que estiver ao meu alcance -  visualizo o céu repleto de balões brancos; as cestas cheias de pirulitos e paçoquinhas; as mesas com sandubas entupidos de molho de vina ...e, ao seu colo, sempre um balãozinho branco em forma de cachorro disputando cada naco de sua eterna e irradiante felicidade. Ah, mas, apesar da disputa,  à parte, divinos ossos continuarão reservados à Bebeca, assim como quitutes preparados à perfeição à polaca mãe, parceiras de vida como só as polacas Fabi e Bebel sabem ser e acontecer.

Fica bem, nosso anjo!!!!!!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Frescuras para o inverno com cappelletti in brodo

Há 140 anos os primeiros imigrantes italianos aportavam no Rio Grande do Sul (RS) irradiando raízes que se tornaram nossos legados. Para comemorar, que tal um cappelletti in brodo?

Para o deleite da maior colônia italiana fora do país europeu*, as temperaturas mais amenas chegam em companhia dos caldos fumegantes à mesa. Seja no almoço ou jantar um brodo preparado à perfeição (à base de legumes e galinha caipira) com delicadas massas artesanais mergulhadas nas cumbucas acalenta o apetite e afaga a nossa alma. Pela predominância do frio, aqui pelas bandas do sul do Brasil o brodo de cappelletti
 ou torttellini é presença constante. 


Se a opção for elaborar sua própria massa, tenha confiança, pois além de fácil preparo (farinha, ovos e um rolo de madeira) une a família, os amigos, namorados em torno de um objetivo em comum: degustar iguarias. Enquanto é preparado, seguindo as dicas deste passo a passo da senhora Nunzia Cascino 
http://cursosextensao.usp.br/mod/resource/view.php?id=14112, um pão fresco com antepastos diversos mais uma garrafa de vinho apaziguará o apetite e animará a finalização do prato principal. É lógico que como toda italiana ou descendente do amado povo do país da  bota, defendo as regras fundamentais para o ideal preparo da massa, assim como do caldo (brodo). Então, para ter absoluta certeza da massa a ideal a ser usada no preparo consultei o profissional da cozinha Michele Maggiolini, da Osteria Dei Sani, de Sarzana (https://www.facebook.com/osteria.sani?pnref=lhc). Sem pestanejar, Michele respondeu: Cappelletti e tortellini sono ripieni di carne e fatti in brodo”. Então, vamos nos aconchegar à mesa e esperar a refeição chegar, que no Brasil é hora de pranzoBom apetite a todos.

Ingredientes (para quatro pessoas)
- carcaças, coxas e sobre-coxas de 1/2 galinha caipira 
- 4 cebolas picadas em pequenos cubos
- 2 cenouras picadas
- ½ xícara de talos de salsinha 
- 1 talo de salsão, bem picado
- 4 dentes de alho cortados em lâminas bem finas
- 1 bulbo de alho poro cortado em Lâminas bem finas
- 100 gramas de lombo de porco defumado – no caso a preparada no pastifício, sem sal e com sabor inigualável, cortados em finíssimas tiras, na longitudinal
- 1 litro de água quente
- 1 folho de loro 
- sal
- azeite extra-virgem
- 1 dose de cachaça para flambar os legumes mais frango, assim que estiverem dourados no azeite- 400 gramas de cappelletti artesanal com recheio de carne http://cursosextensao.usp.br/mod/resource/view.php?id=14112.
Obs.: Para os que aguardam o aconchego de casa, após a labuta do trabalho do dia a dia, há algumas opções de cappelletti para serem adquiridos prontos, bem saborosos. O último que comprei (confesso, comprei) foi um artesanal, entre as opções da La Cave, em Curitiba/PR (
http://www.familiascopel.com.br/)

* Os dados referentes à presença dos italianos no Brasil constam do último Rapporto Italiani nel Mondo, realizado pela Fondazione Migrantes, escritório pastoral da Conferenza Episcopale Italiana, juntamente com um comitê formado por diversas entidades e com a colaboração de estudiosos de diferentes procedências coordenados pelo Dossier Statistico Immigrazione Caritas/Migrantes. No mundo, são mais de 60 milhões de descendentes de italianos, dos quais a metade está no Brasil.
aliás, hoje (20/05/2015) é uma data marcante para nós, descentes deste adorável povo: há 140 anos os primeiros imigrantes italianos aportavam no Rio Grande do Sul (RS) enfrentando todos os tipos de dificuldades, mas deixando um legado para o nosso Brasil, seja na gastronomia, na lavoura, na hospitalidade e , acima de tudo, irradiando nossas raízes. 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Farofa de pinhão com moqueca açoriana

 
                                                                       
Aqui, pelas bandas do sul do país, a claridade das manhãs já teima em chegar. No céu, a névoa é presença constante. Nas ruas, apenas os olhares se cruzam, já que os rostos ficam escondidos entre os gorros e os cachecóis. Na mesa, do café da manhã ao jantar, xícaras e pratos fumegantes enchem os olhos, atiçam o apetite e aquecem o corpo. Lógico que o frio não é mais o mesmo. Aquele que, há cerca de uma década, fazia muitos não abrirem mão das ceroulas usadas por baixo da calça. E como não recordar das eternas memórias de infância. Em casa, quando o frio apertava, eu tinha dois truques: ou dormir com parte do uniforme da escola e só deixar a mãe, literalmente, nos encapotar, ou deixa-lo ao lado da cama e, antes de levantar, colocar as peças embaixo dos cobertores para serem aquecidas e não gelarem por demais o corpo. Mas, neste período do ano, os melhores momentos mesmo são os passados à mesa. Os caldos quentes, as sopas, os cremes aquecem o corpo.  

Os pinhões cozidos ou sapecados na brasa rendem uma penca de receitas, a começar pelo café da manhã, acompanhado por uma caneca de café quente, até uma apetitosa farofa preparada com farinha de mandioca tostada na panela junto com pinhões cozidos ao dente.

No litoral de Santa Catarina, apesar das temperaturas mais amenas se comparadas à de algumas cidades do Paraná, os ventos gélidos vindos do oceano também mudam o cenário e o sabor das refeições cotidianas. Na última semana de abril, à mesa, com os camarões vetados pelo período do defeso e da pesca da tainha ainda não ter iniciado, o jeito foi elaborar a tradicional moqueca açoriana. Para acompanhar, farofa de pinhão.
Fazer moqueca em Zimbros é bom demais, já que há muitas variedades de peixes similares à garoupa (de carne branca, gordurosa e firme), que tornam o caldo perfeito. E assim foi. Com um peixe pequeno, tomates, cebolas, ervas frescas e, lógico, uma panela de barro, mais uma moqueca fica pronta rapidamente. Para acompanhar, a farofa de pinhão de Maria de Zimbros, a amada amiga Taís
Maria de Zimbros, amada Taís - Pousada Zimbros