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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Desta feita, o mar não está para camarões!!


Daqui, ouço o marulho das ondas. Também ouço a vigília, mesmo que silenciosa, dos profissionais da pesca à espera do momento certo para a adequada colheita dos ‘frutos’ oferecidos pelos oceanos. Cada um deles, ao lado de suas famílias, colocando em prática suas habilidades para tornar o segmento, a cada dia, mais profissional e rentável. Mas, nem sempre o vento sopra a nosso favor.


Desde o primeiro dia do fim do defeso do camarão (01 de junho de 2016), os crustáceos não estão favorecendo o comércio deste tão cobiçado ingrediente. As baleeiras têm voltado leves, sem o montante necessário para que as próximas estações (primavera/verão) iniciem a todo vapor, quiçá para o dia a dia de quem por aqui (em Zimbros/Bombinhas) mantém viva e inabalável a tradição da pesca artesanal. Mas, acredito que nada ocorre em vão e que tudo ainda pode mudar.

Talvez os crustáceos tenham, por algum tempo, decidido mudar de rota.  Ou, desacostumaram com o frio, que havia tempo não chegava igual. Quem sabe, só, somente só, tenham enjoada das tainhas, que proliferam como há décadas não se via por aqui. Fato é que na nossa mesa - companheiros de vida e da rotina destas pessoas - não falta. Certeza também de que aos profissionais da pesca e suas famílias, que nasceram observando o mar, a alegria continua presente. 

Apenas (para quem de longe observa) à espera de que a rotina desses crustáceos volte a prevalecer em alta, beneficiando os mais diversos estados deste nosso país, que deste 'fruto' também fazem seu quinhão.



sábado, 24 de maio de 2014

Caldeirada de Lagostim

O lagostim pode assumir sabores díspares – do encantado ao destemperado.
Quando adquirido muito fresco, em dias quentes, o desejo é degustá-los com muitas ervas, uma dose de vinho branco seco, boas pitadas de pimentas diversas - in natura, seca triturada (chipotle) e do reino. Finalize com azeite  e suco de limão siciliano (por ser menos ácido), ambos agregados ao próprio caldo.
Para acompanhar, crostinis (que são fatias de pão branco dourados no azeite, ao invés do tradicional italiano  (ou toscano), aque são elaborados à base de fermentação natural.
Nos dias frios, um caldo feito com os 'antenados' aquecem a alma e proporcionam uma refeição inesquecível. Poucos deles, bem temperados, com ervas frescas, regados com caldo de camarão (feito com suas carcaças e passado na peneira) mais batatas resultam em um caldo forte e reconfortante, com sabor sem igual. Para um caldo claro e livre de impurezas, o ideal é espalmar os lagostins, isto é:  com a ajuda de uma tesoura abra-os pela parte inferior, 'de cabo a rabo'. Retire as sujeiras da cabeça e a 'tripa' cinza, mas, preserve as cabeças que vão agregar sabor ao prato.
Ingredientes (para duas pessoas)
Reserve quatro lagostins grandes e 1/2 kg de mini batatas. 
Se não tiver as pequenas, descasque batatas médias e apenas corte-as ao meio.  
Para o preparo, tenha em mãos, além dos crustáceos frescos já abertos e limpos,
- Um naco de bacon picado ;
- Duas cebolas picadas;
- Dentes de alho picados em pedaços grandes;
- 1 bulbo de alho poro em lâminas; 
- 1 litro de caldo de camarão; 
- um maço de salsinha picada com os talos; 
- pimentas diversas (uma dedo de moça picada fresca, sem sementes; reino para temperar os lagostins ainda crus e chipotle defumada, depois triturada. As demais, bem moídas ou raladas frescas todas triturada).
- 1/2 kg de batatas
Modo de preparo
- Aqueça o caldo
- tempere os lagostins com sal e pimenta do reino
- Numa panela de fundo grosso, aqueça azeite e doure os cubinhos de bacon e os nacos de alho, na sequência, disponha os lagostins espalmados no fundo da panela, comprimindo-os para que aqueçam e absorvam o azeite já temperado com o defumado, alho e pimenta seca.
Pressione-os com um amassador de batatas para que se abram bem, por cerca de 10 minutos, com a panela tampada;
- Agregue os talos picados da salsinha, as batatas e o caldo do camarão quente.
- Em fogo baixo, acerte o tempero e cozinhe mais uns 10 minutos. Não deixe as batataqs se desmancharem. O bom é que fiquem ao dente, com os pedaços inteiros. Salpique o alho poro, as demais pimentas, a salsa. 
Sirva em seguida. Para acompanhar, crostinis


terça-feira, 24 de julho de 2012

Crustáceos Antenados

Lagostim em seu próprio caldo
Lagostim
A maré estava literalmente para peixe! Tivemos a sorte de encontrar dúzias e dúzias de lagontim no seu Joel, fornecedor de primeira, que tem o prazer de nos reservar o que há de melhor em seu estoque. Para preparar os crustáceos, de garras afiadas e saborosas, usamos ervas frescas, cebola, alho, vinho e lardo em cubos. Foram preparados para acompanhar um papardelle. Em outra refeição, degustamo-os em seu próprio caldo. De acordo com seu Joel, o Lagostim é encontrada em abundância em águas geladas e em alto mar.
Ingredientes para duas pessoas
- cubos de lardo
- 1 maço de salsinha picado
- 1 cebola cortada finamente
- 2 dentes de alho cortado em lâminas
- 100 ml de vinho rosê
- 1 dúzia de lagostim
- Azeite de oliva o suficiente para cobrir o fundo da fri
Modo de preparo
- Na grelha de uma pequena churrasqueira (que mantém o calor na medida exata) aquecer o azeite em uma frigideira de fundo grosso
- dourar os cubos de lardo
- quando estiverem dourados, agregar o alho e, em seguida, a cebola
- dispor os lagostim em uma só camada e deixar aquecer bem
- colocar o vinho e tampar a panela
- Cozer por cerca de 15 minutos
- finalizar com a salsinha e servir

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sopa Leão Velloso


Em se tratando de gastronomia, acredito que se há um lugar abençoado é o mar. Ingredientes frescos advindos de todas as costas marinhas do Brasil ‘ainda’ podem ser encontrados em abundância nos oceanos Pacífico e Atlântico, além dos muitos mares já desbravados. Para os que gostam de apreciar o ‘sabor do mar’, este é o prato adequado: a sopa Leão Velloso*. Não imagine que por se tratar de uma sopa é rápida de se preparar, mas não há dificuldade, se há vontade e amor pelo ‘se comer bem’ (se mangia bene)!!!!! Trata-se de uma iguaria inspirada na Bouillabaisse (Bouiabaisse em provençal – palavra masculina, onde os pescadores descarregavam seus barcos, em Marselha, França) com  muitas nuances, já que é preparada com, no mínimo, sete frutos do mar, além de legumes e variados temperos. Lógico que levou nosso toque especial (cerca de cinco colheres de Pappa al Pomodoro – prato típico do interior da Toscana, na Itália) e, por parcimônia, usamos menor variedade de frutos do mar (cinco).Uma coisa é certa: na ‘Leão Veloso’ cada ingrediente tem lugar e papel fundamental.

Ingredientes (para quatro pessoas)                                                               
- 1 polvo de cerca de 500 gramas (Polpo Semplice – executado de acordo com post anterior)
- 300 gramas de lulas pequenas, limpas, com as cabeças separadas, já que ficam lindas quando salteadas rapidamente
- 1 lagosta de ½ quilo
- 1 posta de cherne – deve ser peixe firme de cascalho, mais perto da rocha. Pode ser congrio, garoupa etc.
- 300 gramas de camarão VG (grande), sem cascas e rabos
- 100 gramas de manteiga
- 100 ml de azeite de oliva, ou quanto baste para que os legumews
- 3 cebolas cortadas em brunoise (cubos pequenos)
- 3 dentes de alho picados
- caldo do polvo (do molusoco cozido em seu próprio caldo – Polpo Simplice)
- 2 xícaras de chá de vinho branco seco – meia garrafa
- 2 doses de cachaça
- 3 tomates cortadas em brunoise (cubos pequenos)
- ½ litro de caldo de camarão (previamente prparado)
- 1 xícara de sopa de salsinha, com seus talos, bem moída
- 1 xícara de manjericão, com seus talos, bem picado
- 1 talo de salsão cortado ao meio e, posteriormente, bem picado
- 1 xícara de sopa de cebolinha verde bem picada
- 2 pimentas dedo de moça cortadas finamente
- sal e pimenta do reino o quanto baste.
- ½ litro de caldo de peixe ou de camarão artesanal
Modo de preparo
-Lavar todos os frutos mar e separá-los em cumbucas distintas, já que cada um tem um tempo e forma distinta de preparo.
Polvo
- Lavar o polvo com bastante cuidado, limpando as ventosas onde se impregnam resíduos do mar.
Abrir a cabeça do molusco e, com delicadeza, retirar a bolsa de tinta;
- Numa panela de borda alta cobrir o fundo com azeite, aquecer e dourar dois dentes de alho; uma cebola picada;  50% da cebolinha verde, com talo; 50% do manjericão, também com o talo; e acrescentar o polvo lavado, que vai cozer em seu próprio caldo, com a tampa da panela fechada, mas sem pressão (Polpo simplice). Fica maravilhoso se servido assim, com alguns nacos de pão mais cascudos, como, por exemplo, ‘ciabatta’, fatias de pão italiano ou um belo pão caseiro, recém assado. O cozimento deve durar cerca de 15 minutos, já que o polvo é pequeno e está cozendo sem pressão. Retirar da panela, com seu caldo e reservar
Lagosta
- na mesma panela de fundo grosso e alta, aquecer um pouco de azeite, dourar uma cebola e cozê-la por cerca de 20 minutos. Retirar do recipiente. Colocar uma faca pequena e pontuda entre a ‘cabeça’ e o rabo; gire a faca e separe  cabeça do rabo do crustáceo para que se desprenda. Reserve o rabo com as garras. Abra a cabeça da lagosta, próximo aos olhos, com uma tesoura, e retire um ‘saco’ cinza (estômago) e descarte-o. Corte a cabeça mantendo toda a carne. Agora corte o rabo, em sentido longitudinal pela parte inferior, tomando cuidado para que os nacos de carne se preservem inteiros.




Camarões
- Retire a casca, cabeça e rabo e faça um corte na parte superior para que fique com uma bela aparência e bem limpo, já que vai retirar a sujeira escura, delicadamente dos camarões. Se desejar, preserve a cabeça e o rabo de quatro para decorar os pratos.
- tempere-os com pimenta do reino e, na mesma panela que usou para a lagosta e polvo, aqueça duas colheres de manteiga e saltei-os por, no máximo 5 minutos, ou até que estejam cor de rosa. De outra forma ficarão borrachudos, com consistência firme demais. Sem perder o ponto. 

As Lulas também deverão ser bem lavadas, pode optar por cortá-las em anéis, mas se forem pequenas ficarão lindas no prato. Também doure na manteiga, com um fio de óleo e pimenta do reino. Reserve, com seu caldo
Finalização
- Numa panela ampla, doure o alho restante, a cebola, salsinha (com talos), cebolinha, salsão, pimenta  dedo de moça, louro e coloque o vinho branco. Tampe a panela e deixe reduzir 30% do líquido. Coloque a posta do cherne (ou outro peixe de pedra que tenha escolhido), Cubra-o com os sólidos e deixe cozer por cerca de 10 minutos de cada lado.
- Adicione o polvo, com seus tentáculos separados, um a um, e o caldo; a lagosta e demais ingredientes. Ao final, os tomates em cubos.
- Se precisar, acrescente caldo de camarão ou de peixe o suficiente para que todos os frutos do mar fiquem imersos, apenas alguns para fora, que vão demonstrar o quão Lino este prato se torna.
Na verdade, trata-se do que atualmente chamam de caldeirada à base de peixe e frutos do mar, mas preparada com maior delicadeza e com os ingredientes elaborados como se fossem únicos. O nome do prato, tradicional em alguns bares e restaurantes cariocas, é homenagem ao seu ‘criador’: o embaixador francês Pedro Leão Velloso (1887-1947), que desembarcou da França com a tradicional receita de Bouillabaisse. A iguaria, pedida por Leão Velloso, precisou de adaptações decorrentes de alguns pescados fundamentais do Mediterrâneo, trocados pelos do Atlântico. Fez sucesso e entrou para o cardápio de uma das casas que freqüentava, como, por exemplo, Rio Minho.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pirão de Tainha com lagosta

Após varias tentativas de preparar um pirão como ‘manda o figurino’, desta feita o resultado surpreendeu. Ficou leve, com farinha na medida certa, translúcido, sabor ‘do mar’ advindo da frescura dos ingredientes, com nacos saborosos preservados, no caso de lagostas frescas e de tainhas recém-saídas do mar – decorrente da abundância do peixe nesta época do ano, no litoral catarinense. Não sei se foi executado da forma tradicional, mas, enfim, ficou delicioso. Ah, também fiz questão de picar muito bem os legumes  e temperos para que fossem agregados ao pirão.
Ingredientes (para quatro pessoas)
- 1 xícara de farinha de mandioca
- 2 xícaras de água para demolhar a farinha
- 1 litro de água para o caldo
- 3 cebolas cortadas em pequenos cubos
- 1 cenoura cortada em pequenos cubos
- 3 dentes de alho bem picados
- 1 maço de salsinha, com os talos, bem picado
- 1 xícara de manjericão bem picado
- 4, 5 colheres de azeite
- Pimenta dedo de moça bem picada
- 4 postas de tainha, cortadas em ferradura
- 1 xícara de cabeças camarão, bem lavadas
- 1 xícara de nacos de lagostas recém cozidas, com os pedaços tirados da casca (das garras) na hora da finalização do prato do pirão
 Modo de preparo
- Misturar a farinha de mandioca com as duas xícaras de água e mexer  delicadamente até agregar bem. Se ficar muito grosso, pastoso, colocar mais um pouco de água fria, e mexer com um foie para que não reste nenhum grumo. Deixar descansando enquanto prepara o caldo
- aquecer o  azeite e colocar o alho e, na sequência, a cebola. Agregar a cenoura e temperos. Dourar cerca de 3 minutos.
- Colocar as postas de peixe e as cabeças de camarão até a cor dos frutos mudar.
- acrescentar 1 litro de água
- Deixar cozer cerca de 1h em fogo baixo, com a panela semi tampada, retirando, com uma escumadeira, a espuma que se forma na superfície
- Após este tempo, retirar as cabeças de camarão
- Colocar delicadamente, e aos poucos, a farinha demolhada, mexendo com o foie, sem parar, em fogo bem baixo
- O ponto deve ser leve, escorrendo pela colher, mas não líquido
- Cozer por cerca de 10 minutos, mexendo sem parar
- Acertar o sal
- colocar os nacos de lagostas
- regar com azeite de oliva e servir imediatamente.
Para acompanhar, um verdadeiro banquete de frutos do mar grelhados: camarões VG, sapateiras, salada de lulas grelhadas e filés de tainha. Dias adoráveis com amigos no nosso paraíso zimbreiro.
Camarões grandes, temperados com ervas, grelhados





segunda-feira, 25 de abril de 2011

Filé de cação da Paixão


Como sempre, a vida nos comprova que a comida realmente traduz sentimentos - desta feita, nas comemorações pascoalinas de Zimbros. Duas perdas para a comunidade local transformaram o silencio, já tradicional, em mais intenso. Como ‘cidadãos’ do povo que lá habita, compartilhamos a dor vivida por pessoas muito próximas (dona Benta e seu Cido).
Já instalados no nosso lar, na sexta-feira da Paixão, 22 de abril, às cinco da manhã, lua ainda no céu e os barcos sumindo no horizonte, caminho ao lado de dona Benta para acompanhar a tradicional procissão da Sexta-feira da Paixão realizada na data. Com ela, canto e recito os caminhos percorridos por Jesus Cristo no momento do calvário e também choro à dor dos que amo. Ao final, o sol já brilha e sons do mundo ressoam no ar.
O resultado desse compartilhamento de vida, foi retribuído pelo casal zimbreiro com lindos filés de cação, frescos,pescados por Cido, recém-saídos do mar. Foram apenas temperados com pimenta do reino e manjericão frescos, sal e passados na farinha  de trigo e dourados em óleo bem quente. No outro dia, Cido nos presenteou com uma vasilha de camarões miúdos,também pescados por ele, que se transformaram mais uma vez em ‘Camarões Crocrantes”, já postados neste blog.
Ingredientes
- Cerca de 8 filés de cação, muito fresco
- Sal, pimenta do reino moída na hora, em abundância
- Um punhado de folhas de manjericão fresco
- Farinha de trigo                   
- óleo o quanto baste para fritar (uma panela alta, de fundo grosso, pequena espessura, com óleo até a metade, para qeu os filés não fiquem encostados no fundo da panela)
Modo de preparo
- Temperar os filés  com pimenta do reino moída na hora e as folhas inteiras de manjericão
- Deixar os filés descansando na geladeira, por cerca de 1hora,
- Retirar da geladeira, temperar com sal e deixar uns 15 minutos à temperatura ambiente para que não esfrie o óleo na hora fritura.
- Empaná-los na farinha de trigo, dar palmadas de ambos os lados  para remover o excesso
- Aquecer bem o óleo e fritar aos poucos, em média três de cada vez
- Servir ainda quente, com uma salada, regada com um bom azeite de oliva
  
Camarões 7 barbas, lindo presente vindos do mar...
...trasnsformados em deliciosos camarões crocantes

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Caranguejada, o maior dos momentos

 
O defeso do caranguejo acabou e chega a hora da maior confraternização alimentar que temos notícia: a caranguejada. Neste fim de semana, em Antonina rolou até a primeira festa do caranguejo. Outros se reúnem em torno de uma mesa e durante horas só se houve os quebra-quebras de partes de um crustáceo de sabor inigualável. Temos a sorte de ter como cunhado um aficionado pelos bichanos. Não há ano que Luiz Krassuski não promova sua Caranguejada. Desta feita, colaboramos com o caldinho de feijão preto, outro branco cozido no azeite de oliva com sálvia e o tomate presto - para dar um pouco de "sustância".  Krassunski é purista e para complementar, prepara apenas um vinagrete. E, claro, corajoso já que oferece seu lar para os ávidos comensais e chama uma moçada da boa, daquelas que não arreda pé enquanto não estiver cansada de comer.

A orgia gastronômica leva tempo, pois caranguejo não se deixa vencer facilmente. Para comer as partes mais saborosas é necessário delicadeza e destreza. Ai daquele que tentar descartar as pequenas garrinhas: corre o risco de ser trucidado pela turma na mesa,  devidamente empunhada de porretes de madeira, com seus respectivos aparadores de mármore. E, claro, existem também os experts no assunto, verdadeiros devoradores de caranguejos, que  extrapolam os princípios elementares e aproveitam o bicho todo, extraindo a carne com rapidez e volúpia sem igual, como Eduardo, filho do anfitrião, e Seu Carmelino, pai desta blogueira.  


Durante décadas o meu histórico com os caranguejos foi bem mais roots. Íamos até Paranaguá, litoral do Paraná, onde há muitos manguezais. Trazíamos os bichos vivos, no banco de trás do carro. Muitas vezes, eles estouravam os sacos e tínhamos de parar o carro e recolher as criaturas.  Mas sempre chegamos em casa são e salvos. Limpávamos com escovas, ainda vivos, segurando-os por trás para que o ataque de suas afiadas garras não fosse possível. Depois disso, a água fumegante com temperos variados (galhos de manjericão, louro.) cozinhavam os ‘bichos’ por cerca de 20 min, com panela tampada.

Mas pra ter muito menos trabalho, faça como o Luiz: compre em média uma dúzia por pessoa, do bicho já limpo, sem o exoesqueleto. Fatie algumas cebolas em rodelas, alguns tomates ainda verdes e intercale com os caranguejos, numa panela grande com tampa. Coloque um copo de água no fundo da panela, só para não queimar os do fundo. Aqueça em lume médio, por aproximadamente 20, 25 minutos, até eles ficarem vermelhos. Coloque  por cima alguns galhinhos de manjericão e um borrife um pouco de vinagre, comum, que, segundo Luiz,  faz a carne se desprender mais facilmente. É preciso também de equipamentos básicos: pequenos porretes de madeira e tábuas individuais de preferência de granito. Pois a bagunça é grande. 

Krassuski, comandando a folia caranguejeira