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domingo, 20 de agosto de 2017

Com fubá e com afeto!

Máquina para bater polenta – Agriturismo Il Borgo Della Colomba/Toscana/Itália

Na Vila onde moro há uma linda garota. Na casa dela um aventureiro gatinho ruivo mora. Na cozinha desta menina sempre há quitutes sendo preparados.  Na mesa dela, com frequência, tem uma cumbuca cheia de polenta, prato de que ela tanto gosta. E, sobre uma das cadeiras, um gatinho está sempre a esperá-la. Já, ao portão, outra adorável companheira da Vila Ida está sempre atenta. Trata-se da 'Fidelita' (a branquela e bela Fiel).


Dia desses, tive o prazer de preparar uma polenta para esta turma. Enquanto a adorável garota descansava, Fiel, deitada ao  seu lado, bons momentos vivia. Paralelamente, outra linda menina da mesma Vila, seu Novo Ano iniciava. Trata-se de uma comandante da FIEL!!! Amorosa, companheira, com olhar sem igual, brindou ....e, em seguida, vislumbrou os raios reluzentes do sol a brilhar e a polenta continuou a esperar!!!  



O prato foi um sucesso. Preparei à maneira de que eu mais gosto de comê-la. Apenas com fubá amarelo e água. Cremosa no momento, mas que, com o passar de algumas horas, vai encorpando ao ponto de poder ser grelhada. Sabor para qualquer ocasião. Para agregar um tempero extra, dois dentes de alho picados e duas folhas de louro frescas. Estas, colhidas da horta da menina, que agora tem um gatinho (o Zoé), e também tem uma amiga para lá de especial, que nesta casa também mora. 

Mal sabem elas que para executar a deliciosa polenta usei uma panela de pressão. Sim. Polenta de panela de pressão. Simples assim!!!
Ingredientes (para quatro pessoas) e Modo de preparo
3 xícaras de fubá amarelo e três xícaras de água fria. Agregar a água na polenta até obter um creme, sem grumos. Reservar.
Na panela de pressão, colocar seis xícaras de água fria, 3/quatro dentes de alho e duas folhas de louro fresco. Sal a gosto. Assim que a água começar a ferver, agregue a pasta de fubá. Abaixe o fogo e mexa bem, até que o fubá esteja dissolvido por completo. Feche a panela. Assim que pegar pressão, conte 5 (cinco) minutos e desligue. Tire a pressão. Pronto. Simples assim!!! Polenta na pressão, à perfeição.
BEM PARANÁ 
                                      

quinta-feira, 20 de março de 2014

Abençoado MILHO


Reza a lenda de que grãos de milho, trigo e ou lentilha proporcionam mais abundância - seja saúde, felicidade ou em âmbito financeiro. Crenças a parte, é raro quem não prepare as tradicionais lentilhas da sorte para o jantar de Ano Novo brasileiro. Outra questão é a diversidade de pratos a base de milho - polentas distintas, quirera, bolo de fubá, pamonhas doces e salgadas, curau, farinhas variadas........ Outro ingrediente resultado das belas espigas de milho é a farinha em flocos. Não há como não se render a uma farofa elaborada com ela. O que nunca sai da minha memória é a de frango refogado com molho ferrugem e finalizado com a farinha. Para tal receita, a ave (caipira) é cortada em pedaços, temperada e dourada em pouco azeite (não posso negar que adoro lembrar do sabor do que a avó Maria preparava, com os nacos do galináceo dourados na banha de porco pura. Já o que a querida Liahil fazia, em parceria com a cozinheira Teresa – em Castro,  tinha muito, muito molho ferrugem, dourado, com a farinha ainda crocante.......

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Farinha de milho...para fazer farofa, pra fazer farofa-fa-fa!!!

"Comprei um quilo de farinha, pra fazer farofa, pra fazer farofa, pra fazer farofa-fa-fa"..... a maior parte dos brasileiros já ouviu essa música, de Silvio Brito.
 O som do monjolo  da ‘casa’ da farinha já foi, durante anos, similar ao badalar dos sinos nas madrugadas de infância. Ao amanhecer, o resultado do trabalho de uma das primeiras máquinas utilizadas pelo homem para ajudá-lo em suas tarefas manuais podia ir à mesa. Para começar o dia, farinha de milho em flocos com leite recém tirado da vaca já nos fortalecia – penso que se houver comparação há o sucrilhos com leite.
No almoço, a farinha de milho em biju muitas vezes era o prato principal, de sabor inesquecível. Sabe frango caipira cortado em pedaços, temperado e preparado na panela de ferro, na brasa do fogão a lenha? Então. Depois de estar ao ponto, dourado, com caldo espesso  e um perfume de ervas que se somavam aos da brasa (frango de vó mesmo, que, inclusive, eu ajudava a torcer o pescoço e depenar), o biju era acrescentado em doses moderadas. Assim, a farinha não perdia a crocância e o caldo mantinha o sabor.
Como guarnição, a farinha de milho se transforma em iguaria com couve refogada (farofa de couve); com lâminas de alho e ovos pouco mexidos para preservar alguns nacos (farofa de ovos); com repolho bem laminado.....
Nunca mais vi um monjolo realmente usado no dia a dia. Os estabelecimentos do patrimônio intangível da culinária local do Paraná nos quais vivi intensamente a infância com a respectiva alimentação local ficaram para trás, como artigo decorativo. 
À época, não muito distante, cozer o sangue em caldeirões mexendo sem parar acertando o ponto, conforme o pai comandava, para preparar o chouriço perfeito; ou encharcar uma fatia de ‘pão de casa’ com banha de porco fresca (hoje guardada para o preparo dos mais diversos confit),.....mantinha o povo forte para ir à labuta. Nos tempos de hoje, o colesterol aumenta só de sentir o cheiro de tais ingredientes. O que importa mesmo é preservar e disseminar  o gosto por determinados alimentos, que se modificam com o passar do tempo, mas podem ter espaço garantido na despensa e na nossa memória afetiva.