sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O velho e o mar


Amado Cícero, que sempre estará em nossos corações
Foi em um dos mergulhos que diariamente me dava de presente, nos intervalos entre o mexer e remexer de panelas, que um senhor de barba branca e longa me olhou e prenunciou: “isso porque tu não conheces ainda as delícias do inverno de Zimbros”.  Era Cícero Dobner. Em primeira instância, para mim, era o  personagem de ‘O velho e o mar’ - obra de ficção de Hemingway.
O inverno chegou. E passamos a viver intensamente os encantos que a estação proporciona. Ele tinha razão. Quantos banquetes realizamos juntos, a 4, 6, 8...mãos. O resultado sempre surpreendia. Apesar do frio, os frutos do mar são mais abundantes e diversos, assim como as horas do dia, que parecem nunca ter fim. Então, ao lado de Tais, Mabel, Rafael e todos os ‘refugiados’ que moram naquele paraíso e se reúnem na Pousada Zimbros, agregávamos os ingredientes e, ......o festim iniciava.
Logo descobrimos que Cícero já havia sido ‘o homem do mar’, mas as circunstâncias da vida preservarem nele apenas a aparência.  
Ao lado da comunidade local e dos Dobner que, desde então, nos acolheram como se fossemos da família, sempre compartilhamos refeições memoráveis. O sustento dos encontros era resultado do trabalho dos verdadeiros homens do mar da comunidade zimbreira. Mas nossos pratos eram impregnados de sabor com as  iguarias por eles capturadas.
A especialidade do engenheiro Cícero na cozinha era a moqueca. Colocava num grande caldeirão os ingredientes escolhidos, cortados e servidos por Tais, sua esposa. Aliás, foi a primeira delícia que degustamos juntos. Já a última, foi em janeiro, um arroz de polvo, saboreada por ele com sua voracidade típica, como se nunca tivesse comido nada na vida. 
Hoje, recebemos a notícia que nosso grande amigo Cícero se foi. Mas, juntos com Taís, seus filhos Mabel e Rafael,  sua pequena neta Maria e todos os queridos integrantes da família de Maria de Zimbros (Taís), perpetuaremos para sempre as delícias do inverno de Zimbros.  E lembraremos para sempre de sua frase mais repetida, que vinha repleta de som e fúria: "o que tem para comer Tais'?


Cícero, Mabel e Rafael





Arroz de Polvo
300 grs de arroz branco
2 kg de polvo (dois polvos de cerca de 1 kg cada)
100 ml de azeite de oliva
3 cebolas picadas
1 lata de tomates pelados, com a polpa
caldo do cozimento do polvo – 1 xíc. de arroz para três de caldo
1 maço de brócolis – só as flores bem picadas
3 talos de aspargos frescos picados cozidos previamente no vapor por 5 minutos
1 pimenta dedo de moça sem sementes, bem picada
200 ml de vinho tinto seco
2 ovos cozidos picados
sal, pimenta do reino
páprica picante
Modo de Preparo – Lave o polvo muito bem em água corrente. Coloque-os numa panela de pressão cobrindo-os com água fria até cerca de 3 dedos acima dos moluscos. Após a panela pegar pressão, cozinhe 10 minutos e desligue. Retire o polvo, lave-os e retire a pele cuidando para não remover as ventosas. Corte os tentáculos em pedaços de 3 cm, preservando o rabo um pouco maior para decorar o prato. Reserve o caldo em que foi cozido.
À parte, em uma panela de fundo grosso e alta, aqueça parte do azeite e doure a cebola e a ‘dedo de moça’. Acrescente os tomates e a páprica e cozinhe por cerca de 15 minutos, até desmanchar bem. Acrescente o vinho, mais uns minutos até evaporar o álcool. Coloque 50% do polvo picado e, em seguida, o arroz. Refogue tudo mais uns 5 minutos e acrescente o caldo aos poucos, até o arroz estar ao dente. Coloque os demais pedaços do polvo e o aspargo picado. Não esqueça de reservar os rabos dos tentáculos. Desligue o fogo. Coloque tudo numa terrinê com o brócolis picado e o ovo. Regue com bastante azeite de oliva, tampe a terrine e coloque para aquecer no forno a 180°, por aproximadamente 10 minutos.

sábado, 15 de setembro de 2012

Doce dia com Bolo de laranja e amoras


“Como um doce deixa todos felizes, não 锿 Ao ouvir esta frase logo pela manhã - com o sol iluminando o jardim e com um bolo de laranja e amoras com duas variedades de geléias recém preparadas pelas minhas próprias mãos  - decidi que toda semana farei um bolo. Além da satisfação de poder oferecer às pessoas um ‘pedaço de felicidade’, havia passado a semana com a frase de Rita Lobo na cabeça: “Cheiro de bolo espalhando pela casa inteira tem o dom de transformar a cozinha”. Mas como não degusto nada com açúcar puro ‘nunca sobra tempo’ para prepará-los. Dia destes, queria supreender queridos amigos que nos visitaram, com uma sobremesa, no caso, um bolo,  mas...’não sobrou tempo’!!! Pena, a amada Gabi, boa de garfo que é, ia adorar. Mas, toda semana será semana de bolo, Gabi! Até porque é muito simples e rápido. Inspirei-me nas frutas frescas do quintal e em alguns ingredientes básicos que li em receitas variadas.
Ingredientes (para um bolo assado em forma inglesda nº 2 – perto de 15 fatias)
- 1 ½ xícara de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de fermento para bolo (Royal)
- ½ xícara de manteiga derretida (no caso, clarificada)
- 2 ovos
- ½ xícara de amoras frescas
- Gomos de uma laranja, livres dos caroços e partes brancas
- 1 pitada de sal
- Manteiga para untar a forma
Modo de preparo do bolo
- Bater no liquidificador os ovos, manteiga e gomos de laranja
- à parte, peneirar a farinha e misturar com o fermento
- Juntar, delicadamente os ingredientes
- Depois de bem incorporados, colocar na forma untada.
- Distribuir as amoras por cima da massa. Elas irão afundar na mistura e vão proporcionar uma aparência linda
Assar por 30 minutos em forno aquecido, ou até que esteja dourado. Para ter certeza de que está assado, coloque um palito de madeira. Se sair sem resquícios de massa, está pronto.
Tire do forno e da forma.
Geléia de amoras:
- ½ kg de amoras frescas
- ½ xícara de chá de açúcar
- 1 pitada de pimenta calabresa em flocos
Modo de preparo
- Lave bem as amoras e disponha-as em um pano limpo que absorva toda a água
- Agregue o açúcar e deixe descansar por 15 minutos
- coloque em uma panela, agregue a pimenta e, em fogo baixo, cozinhe, mexendo com freqüência, por 30 minutos
Geléia de laranja:
- 5 laranjas descascadas, sem as partes brancas e livres de caroço
- ½ xícara de açúcar
- 1 pitada de cominho
Modo de preparo
- descascar as laranjas, extraindo todos os nacos branco;
- cortar em gomos e retirar o maior número de sementes que conseguir
- colocar em uma panela grande fundo grosso e cozer, em fogo baixo, por 15 minutos, mexendo regularmente;
- adicionar o açúca e o cominhor, mexer bem e deixar cozer por mais 30 minutos com a panela semi tampada;
Sirva fatias do bolo com uma colherada de cada geléia

Asinhas grelhadas: o naco de frango de dar água na boca


Suculenta paixão, o churrasco é sempre o campeão para encontros gastronômicos informais. E, para mim, no topo das delícias grelhadas estão as asinhas de frango. Bem temperadas e assadas corretamente - úmidas no interior e crocantes por fora - sempre são sucesso. Come-se com as mãos, queimando os dedos, mas o que vale é garantir seu naco de frango!!!!
Tempero para as asinhas de frango
- 1 kg de asinhas bem lavadas
- 2 pimentas frescas bem picadas (dedo de moça que é mais suave)
- Um punhado de alecrim picado
- um punhado de folhas de manjericão picado
- um punhado de tomilho limão
- 4 dentes de alho
- Azeite
- Limão (50%) da quantidade de azeite que usar
- sal
Pique tudo e besunte bem todas as asinhas. Deixe marinar por 1h na geladeira.
Tire da geladeira uns 15 minutos antes de irem para a grelha. assim, não terão um 'choque térmico' ao irem direto para o fogo
Grelhe, por 1h, com boa distância do carvão. De outra forma, vai secar. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Terrine de pesto de nozes


De origem francesa, a terrine carrega, no próprio nome, sofisticação! O glamour de encontros campestres, de banquetes elaborados por Charlô Whately. Mas, desta feita, a nossa terrine só teve uma identidade: a da forma utilizada para o preparo - oval ou retangular, com tampa.
Feita com farinha de quibe, com recheio de pesto de nozes e cenoura, se tornou um prato leve e realmente uma guarnição, no caso, para nacos de carne  preparados na churrasqueira.  Me inspirei em uma receita da querida vizinha da Vila Ida, a Lili, que tem o dom para transformar ingredientes simples, à base de grãos e farinha, em iguarias.
Ingredientes:
- 200 gramas de trigo para quibe
- 1 cenoura ralada
- 200 ml de azeite de oliva
- 2 colheres de sementes de gergelim torrada
- sal a gosto
- 1 maço de menta bem picada
- Cerca de um litro de água fria
Modo de preparo
- cobrir a farinha para quibe com água e deixar descansar por 2 horas. A farinha vai absorver todo o líquido e dobrar de tamanho
- Temperá-la com sal, menta picada, gergelim e 50% do azeite
- Untar uma terrine com azeite
- distribuir uma camada de farinha para quibe já temperada
- Pressionar bem para que fique compacta
- distribuir a cenoura em uma camada homogênea
- No centro, colocar uma camada generosa de pesto de nozes
 - finalizar com o resto da farinha para quibe
- pressionar muito bem
- Tampar a terrine e assar em banho Maria por cerca de 30 minutos
- Deixar resfriar, retirar da forma e cortar, delicadamente, em fatias

Pesto de Nozes ou Creme de Nozes
Um punhado de nozes sem casca
Parmesão
Azeite de oliva
Triturar até obter consistência de um creme
Se desejar conservar em geladeira, cubra de azeite em vidro esterilizado

obs.: se não tiver uma terrine, use uma vasinha funda e cubra com papel alumínio fazendo alguns furos com um garfo.

sábado, 8 de setembro de 2012

Salmão e sapateiras para um sábado ensolarado

Apesar de optarmos por viver a vida ‘Zimbrera’ (em Zimbros) na contramão dos tradicionais feriados - nos dias em que a calmaria da vila toma conta do nosso cotidiano, tratamos de abastecer o freezer para que, ao menos, os sabores do nosso paraíso mediterrâneo fossem degustados na cidade. E, como prato principal, nacos de salmão levemente dourados e servidos com salsa verde e creme azedo. A entrada, bom a entrada foi descrita abaixo pela amiga Dani Araujo.
 "Gemidos do sábado a tarde: Ainda bem que vivi para saborear as Lagostas Sapateiras.
Imagine a cena – e de olhos  fechados: huuuuuuum, ahhhhhhh, huuuuuuuum, ahhhhhhh. Um milhão de brindes aos maravilhosos amigos e cozinheiros que me proporcionaram um onomaopéico e delícioso sábado".(colaboração de Dani Araujo, já um tanto alcoolizada de vinho branco num raro e caloroso sábado curitibano).

Receita e modo de preparo da lagosta sapateira:
- coloque as lagostas numa superfície horizontal, com a ‘barriga’ voltada para cima
- Com a palma da mão, aperte levemente a carapaça das lagostas para que possa remover a casca com mais facilidade
- Passa a faca na longitudinal, partindo da cabeça até o rabo
- Remova a casca delicadamente, que sairá inteira se o processo for bem elaborado.
- Preserve o rabo|
- Temperos com sal e pimenta do reino e passe azeite por todo o crustáceo

- Aqueça uma chapa sobre uma chama forte do fogão
- coloque as sapateiras e grelhe por 3 minutos de cada lado. Assim, ficaram os nacos da carne ficaram cremosos e com um sabor sem igual.

Para uma entrada, basta servir uma por pessoa. 
Receita e modo de preparo do salmão
- cartar o file na longitudinal, com uma faca bem afiada
- temperar o salmão com sal e besuntar com azeite
- grelhar os pedaços com a pela para baixo, sem mexer.
- quando vir que a cor começa a mudar, cerca de 5 minutos, sobre a pele, vire com uma espátula e finalize rapidamente. assim manterá a umidade no interior do peixe. quando servir, sentira que pode comer até com as mãos, caa naco do salmão.
Sirva com lâminas finas de rabanete regado com creme azedo.
finalize o salmão com salsa verde.
Receita de Creme azedo
- 100 gramas de iogurte desnatado
- 200 gramas de nata
- um punhado de endro fresco
- suco de meio limão

Modo de preparo
- agregar a nata e o iogurte com um mixer até obter a conscistência de um creme leve e homogêneo

- agregar o suco de limão
- Misturar e finalizar com as raspas de limão e o endro finamente picado
 Receita de salsa Verde
- 1/2 xícara de azeite
- 1 pimenta dedo de moça, com semente, cortada em lâminas
- 1 punhado de salsa bem picada 

- 1 punhado de manjericão macerado num almofariz.
- 1 pepino em conserva bem picado
- 2 mini cebolas em conserva 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Merendeira exemplar



Vó Maria acaba de completar 86 anos. Destes, 31 foram dedicados a preparar refeições muitas vezes menosprezadas, mas que tem enorme valor para crianças carentes: a Merenda Escolar, hoje denominada ‘Alimentação Escolar’. Os alimentos preparados pela vó com esmero e cuidado tinham a intenção de nutrir os pequenos não só durante as aulas. Infelizmente, na maioria dos casos, até o próximo dia, já que para a maior parte dos inesquecíveis 473 alunos era a única refeição do dia. À época, se fazia fila e cada um levava sua caneca. “Tinha uma que levava um ‘bulinho’ para encher até a boca e não precisar entrar na fila mais de uma vez”, lembra. Até nós (eu e minhas duas irmãs), quando a vó permitia, ficávamos a postos para conferir se alguma delícia havia restado.
No cardápio - além dos ingredientes recebidos para o preparo - couve, batata, temperos frescos... levados por ela da própria horta enriqueciam o sabor e agregavam nutrientes. “No dia em que a vó fazia charque desfiado, com feijão e macarrão até as professoras não resistiam e se esbaldavam. No final da tarde, todas queriam saber qual era o cardápio do próximo dia”. Entre as opções mais disputadas, além do macarrão com charque, polenta com couve; feijão com arroz; e a sopa com legumes da horta. “No dia da sopa, além dos legumes que levava, pedia para cada um levar um dentinho de alho, ou uma batata ou cenoura, da horta. Com isso, tinha semanas que conseguia deixar a comida ainda mais gostosa por uma semana inteirinha”, lembra vó Maria.
Em um bairro (Pilarzinho) – naquele tempo composto por uma população extremamente pobre - a vó não esquecia das crianças (em sua maioria entre 5 a 10 anos) com irmãos que não tinham o mesmo privilégio. “Era proibido, mesmo que sobrasse comida, dar para as crianças levarem para a casa. Lembro da Roseli, então com dez anos, que tinha seis irmãos. Eu falava para ela levar todos para a escola e no final da aula, dividia um pouquinho da merenda para cada um deles. Iam embora saltitando”.Hoje em dia, me contaram que os copinhos de plástico são distribuídos na sala de aula, e pela metade. E sabe lá como são feitos. Como era bom alimentar aquelas crianças”. Com relatos como o da merendeira vó Maria se torna mais fácil vislumbrar refeições saudáveis, coloridas e alegres para as crianças. Afinal, as filas da Merenda Escolar acabaram!!!!!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vida simples e saborosa


Relíquias da natureza vindas do mar de Zimbros
Camarões Pintado crocantes
Camarões, peixes de nomes esquisitos (prejereva, solha, sororoca, truta arco-iris, Maria luizas....), ostras, mariscos desfilam na mesa. 
Maricos na salsa de pimenta dedo de moça

E não se trata de nenhum restaurante de alta ‘catigoria’. Apenas mais uma temporada, de um final de semana, em Zimbros – nosso mediterrâneo. Entre dezenas de ‘tarrrrrrde’....de vizinhos que se tornaram nossa família ‘zimbreira’, degustamos camorões Pintado e filezinhos de Maria Luiza.
Os crustáceos apareceram na Peixaria do Joel. “Raros”, disse. O peixinho, trazido nas redes de seu Cido e “pescados” do freezer da vizinha Benta, que com maestria limpou-os um a um, deixando-os prontos para aquele choque quente na frigideira.  Para a captura das ostras frescas, alguns metros andados à beira mar. Aqui, não há tempo ruim, já que os raios de sol iluminam tudo e todos mesmo com o céu repleto de nuvens. O cenário foi traçado, o cardápio apresentado e as delícias degustadas à espera da próxima refeição.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cheiro de pão caseiro nunca sai da memória


pão com acelga e pão com linguiça de pernil
Com gergelim,orégano seco e sementes de mostada
Algumas das melhores memórias de infância são frutos de momentos compartilhados com a família na cozinha. Nunca me esqueço do primeiro dia em que me levaram para a escola. Andando pela rua, de mão dada com a mãe, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. No pensamento, o som da panela de pressão usada para preparar as refeições diárias, que, a partir daquele dia, nunca mais (naquele contexto) iria ouvir. Até hoje, 36 anos depois, recordar aquele momento me emociona. Na cozinha, quando crianças, os sentimentos contraditórios são vividos minuto após minuto. São emoções singulares. Os cuidados para que não ocorram acidentes, a pressa, o afeto incondicional, mas, acima de tudo, a cumplicidade são vividas plenamente. Os dias são outros, mas a cozinha ainda continua tendo o mesmo significado. 
Com sálvia e pignole
Para tanto, por que não preparar um pão caseiro ao lado de seufilho? Uma receita fácil, saudável, onde todos podem, literalmente, colocar a mão na massa. Além disso, aguça a criatividade e o paladar dos aprendizes de cozinheiros, já que podem ser preparados com recheios diversos (e saudáveis, como acelga). Enquanto isso, a refeição da manhã seguinte também já está garantida, seja para a primeira do dia, tarde ou, ainda, para o lanche da escola. Sabores, aromas e lembranças proporcionadas pelas suas próprias mãos.
Para quatro pães de cerca (2 recheados):
1 kg de farinha de trigo peneirada
25 gramas de fermento
1 copo de azeite de oliva
2 colheres de açúcar
1 colher de sal
2  ½ copos de água morna
2 colheres de gergelim para decorar o pão sem recheio
1 colheres de nozes para decorar um dos outros pães
1 ovo caipira para a massa
1 ovo caipira, bem batido com um garfo para passar em cima dos pães antes de irem ao forno
Para o recheio:
200 gramas de uma boa lingüiça, de carne pura, sem nacos de gordura, tiradas da casca
1 maço de acelga orgânica, bem lavada, seca e bem picada. Assim, os pequenos vão degustar com mais alegria
Modo de preparar
Colocar a farinha peneirada numa tigela oval
Fazer uma cova no meio e colocar o fermento, açúcar, sal, água morna. Mexer delicadamente só os líquidos do centro e deixar o fermento crescer por cerca de 10 minutos.
Acrescentar o azeite e o ovo; mexer mais um pouco delicadamente agora incorporando o resto da farinha com uma colher.
Assim que começar a incorpar, deixe de lado a colher e sove bem a massa até de desprender do fundo e ficar bem lisa.
 
Cubra e deixe descansar por 30 minutos.
Depois deste tempo, corte a massa em quatro pedaçõs (2 menores, já que os nacos de massa que serão recheados devem ser um pouco maior). Cada parte será um pão.
Sove novamente, com paciência, sem força, com delicadeza, para tirar todo o ar interno. é rápido. Nada de ficar amassando, amassando...
(obs.: os dois pães recheados devem ser abertos com as próprias mãos, com o recheio escolhido colocado em uma das bordas e depois enrolado como um rocâmbole - sem deixar apertado. apenas uma volta e já basta.
Coloque cada um dos pães em forma  untada com azeite. 
Com uma faca bem afiada, faça cortes transversais, de formas diversas, em cada um deles. 
Deixe descansar, com um pano por cima, por mais 30 minutos.
Aqueça o forno, bata um ovo, passe com pincel nos pães.
Finalize  salpicando grãos e temperos diversos em cada um deles: gergelim; grãos de mostarda; sálvia seca com pignole. assim, ficarão belos e divertidos.
Asse em forno quente, mas em fogo baixo, até dourarem levemente. Retire e deixe descansar um pouco antes de fatiar.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Carne de felino para degustar em casa


Receitas das mais simples encontradas nos botecos e restaurantes curitibanos, a tradicional ‘Carne de Onça’ é um quitute que pode ser preparado rapidamente em casa. Com os ingredientes em mãos, o trabalho se resume em montar. Para a elaboração, carne de ‘patinho’, limpa totalmente de nervuras e gorduras, e moída em duas ou três vezes na máquina; broa preta úmida; cebola; tempero verde e mostarda. Uma dica importante é a de que a carne não deve ser temperada antes, mas durante a montagem dos nacos desta delícia. É de dar ‘água na boca’.
Há versões mais requintadas com nomes tanto quanto, como a do ‘hackepeter’ alemão ou do ‘steak tartar’ francês, ambas elaboradas batendo a carne com temperos, dose de conhaque e gema de ovo. Mas,  sofisticadas à parte, a nossa conhecida Carne de Onça é amplamente degustada por homens e mulheres;
Ingredientes
- 1 kg de patinho moído. Antes de pedir ao açougueiro passar pela máquina é bom que todas as nervuras e gorduras sejam retiradas. Depois, moída duas ou três vezes
- 1 cebola bem picada
- 1 maço de cebolinha verde bem picado
- Broa preta úmida. Para 500 gramas com cobertura adequada, cerca de 8 fatias
- sal
- pimenta do reino
- azeite de oliva
- mostarda
Montagem
- Distribua, sem parcimônia, a carne crua por cima das fatias de pão, que devem estar dispostas sobre uma superfície reta
Obs.: sobre a quantidade de carne em cada fatia,  de acordo com a receita descrita por Dante Mendonça no livro ‘Botecário - Dicionário Internacional de Boteco’ , o ideal são 150 gramas.
- Não aperte a carne sobre o pão, apenas distribua deixando-a  leve e solta, com uma colher ou garfo
- salpique o sal e a pimenta do reino
- Coloque uma generosa camada de cebola por cima da carne e, em seguida, outra generosa de cebolinha verde
- salpique mais um pouco de sal e regue com azeite de oliva e mostardada sua preferência

Ah, e para os que não sabem, a Carne de Onça é um prato típico dos estabelecimentos curitibanos há mais de 50 anos. A origem do nome está no hálito forte que resta. Já o nome é decorrente de um boato, que apavorou, na verdade, os criadores de gado dos Campos Gerais. Na década de 80, quando foi inaugurado o   Schwarzwald, Bar do Alemão, duas onças nativas apavoravam os criadores de gado da região. No balcão do Alemão, um petisco batizado de ‘Carne de Onça’ gerou uma grande confusão, já que, reza a lenda, o proprietário  foi acusado de servir a carne do felino aos clientes.

sábado, 18 de agosto de 2012

Tradições ucranianas preservadas

Pierogi de repolho com molho Bolonhesa
Emili Kindraski (14 anos) dominou o preparo de pierogi
Brincar de fazer comida não é verdade para Emili Kindraski (14 anos). A pequena - descendente de ucranianos - assumiu o fogão e preparou o pierogi mais gostoso que já degustamos. Emili  dominou o processo - dos detalhes da receita (que ela própria escreveu), passando pelo preparo da massa, ponto de cocção e finalização. E o resultado surpreendeu a todos. Na supervisão, a ucraniana Kátia Kindraski. E como ajudante, ela contou com o irmão Lucas (9 anos). As habilidosas mãos de Emili demonstram que a culinária ucraniana, assim como a alemã, portuguesa e italiana trazidas para o Paraná pelos imigrantes que aqui aportaram, pode sim ser preservadas. E, como dizem as nossas avós, ‘é de pequeno que se torce o pepino’. Durante o preparo, Kátia lembrou um dos recheios do pierogi de que mais gostava quando criança: arroz, feijão e farofa. Nos preparados pelo trio, recheios de repolho (crocante, cozido no ponto ideal) e batata, com um tempero para lá de especial (alho moído com garfo e colas dourados no azeite, pimenta, sal e, para dar liga, uma dose de caldo de legumes).
Ingredientes:
Um pouco mais de 500 gramas de farinha de trigo
3 ovos
2 dentes de alho amassados
1 colher de chá de sal
leite
Modo de preparo
Misturar todos os ingredientes até o ponto da massa ficar homogênea, não grudar mais nas mãos. A exemplo da massa de pão.
Abrir com um rolo, deixando a massa fina, com cerca de 0,5 cm de espessura
Cortar em círculos. Pode ser com a boca de um copo de suco para que não fiquem muito grandes
Recheio
4 dentes de alho bem moídos
1 cebola bem moída
1 kg de Batatas cozidas com casca
½ copo de caldo de legumes
1 colher de azeite de oliva
sal
azeite de oliva

Modo de preparo do recheio
Descascar as batatas
Dourar o alho, depois a cebola em azeite
Misturar todos os ingredientes, até o ponto de um purê, bem leve.
Distribuir o recheio, fechar com os dentes de um garfo.
Cozer por 15 minutos
servidos também com nata fresca
Servir imediatamente com molho Bolonhesa
O trio de ucranianos